Após a queda de Muammar Gaddaf, a Líbia foi arrastada para o caos. Quando a guerra civil começou em 2011, duas administrações diferentes surgiram ao longo do tempo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde das Nações Unidas, o número de pessoas na Líbia não é conhecido devido aos confrontos.
As Nações Unidas disseram que dezenas de milhares de pessoas foram deslocadas desde o início do conflito.
Os pedidos da comunidade internacional, especialmente da ONU, para interromper os confrontos, que também foram danificados por civis, não são respondidos
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A Líbia tem duas administrações diferentes
Há mais de um governo na Líbia, onde a estabilidade política não é alcançada desde 2011, quando um movimento popular, definido como a Primavera Árabe, se transformou em conflitos anti-regime e privou Muammar Gaddafi de seu assento.
Líbia, politicamente dividida em duas após as eleições de 2014.
Um deles é a Câmara dos Representantes em Tobruk, perto da fronteira egípcia no leste do país, e o outro é o governo do Governo de Reconciliação Nacional conhecida pela a sigla inglesa GNA (Government of National Accord) e com sede em Trípoli.
Quem apoia quem na Líbia?
Governo de Reconciliação Nacional Que foi criada pelas Nações Unidas (ONU), é apoiada especialmente pela Turquia, União Europeia e por instituições internacionais legítimas e aceitas, alem do parlamento dos EUA..
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Câmara dos Representantes de Tobruk: É uma assembleia onde vários representantes líbios foram eleitos através de uma votação realizada em 25 de junho de 2014 e não reconhecida pela ONU, na qual tem como sede, a cidade Tobruk. Ela é o equivalente ao Congresso Nacional aqui no Brasil.
A Câmara dos Representantes é apoiada pelo Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, França e Rússia.
Diferente do parlamento dos EUA, Donald Trump apoia Câmara dos Representantes.
O Exército Nacional Líbio, conhecido pela sigla inglesa LNA, (Libyan National Army) é o braço armado da Câmara dos Representantes de Tobruk.
A LNA tem como líder, o então Marechal Khalifa Belqasim Haftar, conhecido somente pelo nome Haftar e tem como o seu principal fornecedor e financiador, o Emirados Árabes Unidos e o Egito
Apesar de Trump apoiar a LNA, o parlamento norte americano não vê Haftar com bons olhos e por isso, não o apoia.
Grandes forças armadas
A costa mediterrânea líbia, com uma população de 6,5 milhões de habitantes e com abundancia de petróleo, começou a ser tomada por inúmeras facções militares e milicias assim que Kadafi foi retirado do poder e morto.
Dentre essas milicias e grupos militares, as que mais se destacam são:
- Unidades de Trípoli do Memorando Nacional de Entendimento (UMH).
- As forças baseadas em Misrata, na qual teve a maior participação na derrubada de Kadafi.
- O Exército Nacional da Líbia do General Khalifa Hafter, com sede em Tobruk.
- Forças baseadas em Zintan, no oeste do país, perto da fronteira com a Tunísia.
Havia outras milicias, porem, elas ou declararam lealdade as forças de Trípoli, ou se fundiram com as forças do Marechal Haftar.
Invasão a Trípoli e envolvimento de outros países
As forças do Marechal Haftar, resolveu lançar uma grande e decisiva ofensiva contra Trípoli. sede do Governo de Reconciliação Nacional, então GNA. Essa invasão por conseqüência, fez acender a preocupação de que outras nações poderiam vir a interferi diretamente na guerra.
A Turquia deixou então bem claro, que mandaria o seu exercito em apoio a Trípoli caso fosse convidada, o que de fato aconteceu.
Atualmente, o Governo de Reconciliação Nacional GNA e Ancara, assinaram um memorando de entendimento na qual consiste em “Limitar as jurisdições marítimas no Mediterrâneo entre os dois países.
Esse memorando criou um corredor maritimo e aéreo, onde a Turquia envia suprimentos, armamentos, munições, milicias e agentes militares.
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Isso fez com que a Grécia se sentisse afunilada, já que esse memorando, limita o acesso à áreas marítimas soberanas gregas. Por consequência, a Grécia expulsou o embaixador de Trípoli e fechou o acesso a navios militares turcos na ilha de Creta. Além disso, assinou um pacto de defesa militar com o Emirado Árabes Unidos. Na qual prever um suporte militar caso ambos os países venham a lutar na guerra da Líbia.
Outro pais que se sentiu prejudicado com esse memorando, foi o Egito, que embora já apoiasse as forças de Haftar, aumentou ainda mais a sua cooperação com o Marechal.
A Turquia por sua vez, realizou uma reunião com Trípoli e Catar. Na reunião, Ancara pediu para que o governo catari, ajudasse no financiamento das forças de Trípoli e se envolvesse mais diretamente no conflito.
Há também, informações de que o governo de Israel vem ajudando no treinamento das forças de Haftar em combates urbanos, colocando assim, mais um pais envolvido indiretamente no conflito líbio.
Tunísia, Itália e Argélia
Recentemente, a Tunísia resolveu apoiar a GNA, porem, se restringindo a ceder os seus territórios apenas para movimentações de logísticas da Turquia.
Outro que apoia a GNA, é a Argélia, contudo, não participa ativamente da conflito. A Itália por sua vez, vem prestando suporte a Trípoli, mas, limitando-se apenas a ceder as suas bases militares na Líbia para tratar os mercenários turcos e soldados da GNA feridos.
OTAN
Por meio de um comunicado recente, a Turquia solicitou a ajuda da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na qual disse está disposta e pronta para dar suporte ao Governo de Reconciliação Nacional. Entretanto, não foi especificado qual suporte seria prestado, mas a Turquia pediu para que a organização interfira militarmente na Líbia ao lado da GNA.