O governo de Nicolás Maduro na Venezuela publicou nota nesta quarta-feira em que chama de “ataque cometido por grupos violentos” o ato ocorrido na Embaixada venezuelana em Brasília.
Pela manhã, um grupo de apoiadores do autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, entrou na representação do país vizinho – o que gerou conflito de versões entre os dois lados.
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No comunicado, o governo chavista critica o que classificou como “atitude passiva das autoridades policiais brasileiras, em desatenção de suas obrigações de proteção das sedes diplomáticas e seu pessoal”.
O comunicado também diz que o regime venezuelano exige ao governo brasileiro “o cumprimento de suas obrigações como Estado parte da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, que estabelece a obrigação de proteger sedes diplomáticas em qualquer circunstância”.
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MADURO EXIGE QUE BRASIL CUMPRA O TRATADO DE VIENA.
“[A medida] ordena que tome imediatamente as medidas necessárias para a retirada dos agressores das imediações da Embaixada, a emissão de punições e o fim da situação inaceitável de perseguição à qual a equipe diplomática venezuelana em Brasília está exposta.”-Ministério das Relações Exteriores da Venezuela.
A posição de Nicolás Maduro contrasta com a declaração do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O órgão brasileiro negou que o presidente Jair Bolsonaro tenha incentivado invasão à Embaixada venezuelana
E disse que “as forças de segurança, da União e do Distrito Federal, estão tomando providências para que a situação se resolva pacificamente e retorne à normalidade”.
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Mais cedo, o chanceler do regime Maduro, Jorge Arreaza, chamou o Ministério das Relações Exteriores brasileiro de “vergonha” por “avalizar o ataque violento a uma embaixada de um país soberano, a poucas quadras da sede onde ocorre a reunião dos BRICS”.
FUNCIONÁRIOS DESERTAM.
O atual responsável pela embaixada, Freddy Meregote, encarregado de negócios que foi nomeado pelo governo Maduro, afirma que o imóvel foi invadido.
Porém, o grupo pró-Guaidó diz que funcionários abriram as portas voluntariamente, após terem desertado.
A Polícia Militar foi chamada para reforçar a segurança do local. A corporação informou que, por volta das 5h, pelo menos 14 pessoas haviam ultrapassado os portões.
Do lado de fora, cerca de 30 manifestantes demonstravam apoio ao atual corpo diplomático – nomeado por Maduro.